Patricia Polayne é cantora, compositora e atriz sergipana. Radicou-se no Rio de Janeiro, onde passou toda a infância e adolescência, estudando artes cênicas e dança. Mudou-se para Aracaju em 1995, iniciando carreira como cantora em bares e casas noturnas da cidade. Em 1996, vence, na categoria melhor canção ‘Camará’ e melhor intérprete, o Festival Canta Nordeste, da Rede Globo Recife. Participa ainda de diversos festivais de música pelo Brasil entre os anos de 1997 e 2002. Produziu trilhas sonoras para teatro como: Baal; de Bertolt Brecht e O Casamento Suspeitoso, de Ariano Suassuna.
(Momentos de intimidades com a artista)
Portal Infonet - Por que a escolha do circo para lançar o CD?
Patrícia Polayne - Foi uma coincidência feliz. Não tinha mais pauta nos teatros. Eu tinha marcado pauta para outubro, mas houve um atraso na prensagem do CD e eu perdi essa pauta e não tinha mais vaga para novembro. Eu tinha solicitado o Parque da Sementeira, mas no último instante me negaram o espaço. Quando eu já estava sem esperança de conseguir local eu vi o circo ser montado ali e mais perfeito impossível já que o nome do projeto é ‘Circo Singular’. A adversidade me empurrou pro circo e ele me acolheu.
Infonet - O que promete o show?
PP – Acredito que as pessoas vão se surpreender com minha nova postura. O Junior Areia deu uma cara muito pop para as canções, um encaminhamento muito mais contemporâneo, mais moderno. Muita gente ainda tem uma visão sobre mim que vem de ‘Camará’ [música vencedora do Canta Nordeste em 1996]. Me vêem como uma artista intimista e vai se surpreender porque eu vou mostrar um show bem pop. São estilos bem diferente. É um show dançante com formação de banda de rock, com baixo, guitarra bateria.
Infonet - E essa é a proposta do CD?
PP – O CD é uma mistura, é bem verão. Mas além de músicas dançantes traz momentos de ciranda, de reflexão. No apanhado geral é um disco pra cima.
Infonet – Como foi o processo de gravação deste seu primeiro CD?
PP – Eu tive que me desvincular totalmente da minha vida em Aracaju. Morei em Recife durante dois meses e já cheguei para gravar direto. Foi concebido tudo dentro do estúdio, o processo criativo, processo de produção do disco em si foi tudo feito lá.
(Geovanna, Silvia,Eu,Jhuli e Patrícia Polayne)
Infonet – Por que ‘Circo Singular’?
PP – É o nome de uma canção, mas é também o nome de todo um conceito. Quando fui embora de Aracaju em 2002 vivi uma vida mambembe durante quatro anos, fiquei viajando pelo Brasil fazendo performances, me batizei como palhaça, aprendi a fazer malabares, foi essa trajetória que me trouxe essa atmosfera. Quando parei pra pensar num conceito geral para esse disco só me veio esse da vida mambembe. E o disco traz um subtítulo – ‘As canções de exílio’ – porque percebi que grande parte das canções fala desse sentimento. Apesar de falarem de coisas diferentes as músicas têm essa atmosfera do auto-exílio.
Infonet – Por que depois de tantos anos de carreira só decidiu gravar um CD agora?
PP – Eu queria me lançar como compositora e não para o mercado sergipano. Queriam me lançar para um grande mercado. Eu sempre fui muito exigente com a questão da maturidade artística. Eu agora me sinto pronta e casou com essa oportunidade de gravar com qualidade. É caro gravar um disco independente da maneira que a gente quer gravar, então quando eu ganhei esse prêmio decidi colocar o dinheiro nas mãos e quis fazer um produto não para dar uma satisfação local, mas para me lançar num mercado grande.
Infonet – Quais os próximos passos?
PP - Estou levando o disco pra Feira de Musica Brasil em dezembro, onde vou fazer uma participação com a banda Naurêa. Lá também será anunciado os vencedores do Festival de Música da Arpub, que estou entre as finalistas e também recebi uma proposta da fábrica onde prensei meu disco, a ‘CD Mix’ para fazer um pocket show no estande que eles vão montar lá. A feira vai coroar na verdade a produção do disco, a participação com a Naurêa e o Festival. O legal é que Recife abre e fecha um ciclo. Abre quando vou para gravar e fecha com o retorno para mostrar o resultado.
Infonet – Depois da feira o que pretende fazer?
PP – Quando você grava um disco o mais complicado é como distribuir. A batalha agora, depois do disco gravado, é pela distribuição. Como a Feira é de negócios da música, talvez alguma coisa esteja me aguardando, ou talvez não. Aí vou ter que assumir a postura independente, colocar o disco debaixo do braço e ir para as grandes cidades, como o Rio e São Paulo. Mas não tenho o deslumbramento de retirante, daí a minha preocupação de gravar um disco de qualidade. Eu sei que estou competindo num mercado cada vez mais exigente.
Infonet – Depois de mais de 10 anos de carreira, por que só agora lançar um CD?
PP - Quando você começa, mesmo que um pouco mais tarde, mas começa bem, já sabendo o que quer você tem menos chance de errar e queimar seu filme. Esse foi um dos grandes argumentos que usei na proposta do Prêmio Pixinguinha, que apesar da minha idade não tinha cometido erros de lançar discos equivocados. Apesar dos 34 anos tenho o mesmo vigor que aos vinte e poucos, mas sem os equívocos. É algo que acho que está totalmente ao meu favor. Hoje sou madura, feliz, e não tive tempo de ser decadente.
Infonet – Como está sendo essa sua nova fase?
PP – Estou feliz da vida. É uma fase de realizações. Esse primeiro disco era muito cobrado e ele chega num momento que pode surpreender para o bem o para o mal. Muita gente pode não gostar da nova ‘Polayne’. Mas uma coisa é certa, ele é muito verdadeiro. Estou vivendo meu momento.
Por Carla Sousa
Por Carla Sousa
Fonte da materia